Fragmentos da
História da carpintaria naval no Baixo São Francisco
No Baixo São Francisco a carpintaria naval tinha
bons mestres que aprendiam e passavam adiante o ofício aos seus auxiliares
aprendizes que, munidos do conhecimento das técnicas, mantinham viva a tradição
fazendo-a chegar até os nossos dias, já no século XXI. Os mestres eram tão
conceituados na arte que empresários do Médio São Francisco, especificamente de
Juazeiro, Pirapora, Bom Jesus da Lapa, todos esses lugares situados no Estado
de Bahia, e vários outros lugares do País, vinham à procura deles para adquirir
seus serviços. Dessa forma o Baixo São Francisco tornou-se referência, também,
na carpintaria naval. Era comum, segundo relatos coletados, a frase: “Lugar de
mestre bom e fazedor de canoa é em Propriá ou pela região do Baixo São
Francisco.”. Essa frase foi extraída de uma entrevista de Adeval Marques com o
mestre Pedro Amorim que era filho de um dos maiores mestres navais de Propriá,
chamado de Minervino Amorim.
Um barco no estaleiro
Atualmente, em um pequeno estaleiro na cidade de
Propriá, especificamente na Banca do Peixe, Bolo instalou seu local de trabalho
para construção e reparos em embarcações. Ali também fica o porto de vários
barcos e canoas de pescarias e de corridas que aportam ou zarpam para diversas
regiões do Opará diariamente. O local vem se tornando um ponto de reuniões,
debates e ponto de encontro de pessoas. Lá é uma espécie de clube ou associação
de pescadores que, de quando em vez, decidem fazer corridas de barcos nos dias
de domingo, feriados e comemorações diversas. É ali que são mantidas as
histórias orais; os contos e lendas do Rio São Francisco, a reflexão sobre a
situação do rio e tudo que se relaciona a ele e povo ribeirinho. Entretanto, um
chamativo em especial, é a construção de embarcações por Bolo que atrai
curiosos, saudosistas e outros interessados.
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